Um resumo do que se disse sobre os pisos mínimos de frete

Publicado em
23 de Janeiro de 2019
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Material compilado por João Batista Dominici*

Confira uma compilação, feita pelo Blog do Site Tabelas de Frete (www.tabelasdefrete.com.br), de frases extraídas de declarações de empresários, especialistas e outros, em diversas publicações, sobre a tabela de pisos mínimos para o frete

O problema é que ela está errada;

Ela apresenta problemas de conceito, de cálculo e de aplicação;

A tabela para transporte de carga geral é mais cara do que a tabela para carga perecível, frigorificada ou perigosa, quando todo mundo sabe, mas ninguém contou para a ANTT, que custa mais caro transportar essas cargas do que carga geral;

Um grave erro da tabela é que ela toma como base para o cálculo do frete um caminhão de três eixos;

Para calcular o custo de um conjunto com 5 eixos diferentemente do que fez a ANTT, não basta pegar o custo por eixo de um caminhão de três eixos e acrescentar mais dois eixos;

Outro erro é não diferenciar os veículos pela performance de cada um deles, nem levar em conta a infraestrutura, o tipo de rodovia e condições do pavimento;

Rodar em estradas inadequadas aumenta em 25% os custos do transporte;

Um dos erros mais difíceis de explicar é porque o frete para uma distância de 150 km é mais barato do que o de 100km;

A tabela não tem racionalidade nem na hora de errar, ora ela erra para cima ora erra para baixo;

O tabelamento de frete pauta o setor pela improdutividade;

O principal equívoco do tabelamento é o de não ser um piso mínimo e sim um piso máximo;

A tabela faria sentido se fosse efetivamente um referencial que evitasse a negociação do frete abaixo dos custos operacionais;

A tabela do jeito que está não favorece o livre mercado e não incentiva a melhoria, nem investimento em redução de custos e aumento da produtividade;

O tabelamento de fretes estabelece pisos iguais para equipamentos que custam cem mil reais e um milhão de reais;

A tabela tira do fundo do poço empresas que estavam em situação insustentável e desestabiliza as empresas que investem pesado em tecnologia, capacitação e segurança;

A tabela atende quem opera nas curtas, mas é péssima para quem atua nas longas distâncias;

A tabela fixa pisos para o transporte de combustiveis mais baixos do que para o transporte de carga geral ou de grãos;

A fórmula de cálculo usada para definição dos pisos mínimos, com base no quilômetro rodado e na quantidade de eixos revela o total desconhecimento, pela ANTT, da operação do transporte rodoviário de cargas;

Se você transporta gasolina, que é carga perigosa, mas ao mesmo tempo carga líquida, apesar de ser muito mais custoso o transporte de produtos perigosos, o melhor é cobrar como carga líquida;

Como é possível o transporte de produtos perigosos custar menos do que o de cargas gerais? Só mesmo nas tabelas da ANTT.

O frete barato induz o excesso de peso e o excesso de jornada, o que em vez de reduzir aumenta a oferta de transporte, comprimindo mais os preços;

De acordo com a NTC&Logística há um excedente de 300 mil caminhões no mercado,

O frete para o Nordeste que antes era de 8 mil reais na ida e 2 mil na volta (frete retorno) com a tabela passou para 12 mil em cada uma das pernas, tornando-se inviável e abrindo um janela de oportunidade para Cabotagem;

A tabela que era para ajudar principalmente o transportador autônomo de cargas acabou reduzindo mais ainda a oferta de frete;

O agronegócio e o setor cimenteiro acabaram sendo os mais afetados porque em muitos casos o tabelamento representa mais que o dobro dos valores praticados anteriormente;

A tabela tenta estabelecer valores médios sem considerar a ampla diversidade das cargas produzidas e transportadas no país que vai de grãos a farmacêuticos;

A tabela incluiu o frete retorno, algo que nunca existiu na contratação de transporte;

A tabela considerou a depreciação dos caminhões em apenas 6 anos, quando a prática do mercado é acima de 10 anos;

Outro parâmetro equivocado da tabela é o tempo de carga e descarga fixado em 5 horas, sem que as empresas que investiram pesado para reduzir esse tempo possam se beneficiar da redução desse tempo e custo;

A tabela de pisos mínimos elevou os custos de logística de forma absurda em um país, que, em proporção do PIB, já gasta muito mais em logistica do que seus principais concorrentes;

Por causa dos pisos mínimos muitas companhias resolveram reabrir seu departamento de transportes para se livrar da elevação dos custos;

A tabela não resolveu o básico. Continuamos com mais caminhões do que cargas e corremos o risco de aumentar o número de veículos, como se depreende da atual fila de caminhões nas montadoras;

A recente derrocada dos preços do petróleo e a valorização do real abrem uma oportunidade que não pode ser perdida, a de eliminar o subsídio ao diesel e acabar com a tabela de frete;

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