Direção defensiva e a segurança no trânsito, por Gilberto Cantú*

Publicado em
11 de Novembro de 2016
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O assunto pode parecer antigo, mas infelizmente diversos motoristas ainda ignoram a importância da direção defensiva, que nada mais é do que um conjunto de medidas e procedimentos que devem ser utilizados para prevenir ou minimizar as consequências dos acidentes de trânsito. Baseado na noção de que em todo acidente a falha humana estará presente, seja por negligência ou imperícia, a direção defensiva pretende que o motorista seja um elemento ativo na alteração ou eliminação dos fatores que possam causar acidentes. No Brasil, a resolução 168/04 exige que todo motorista passe pelo curso de direção defensiva, seja ao obter ou ao renovar sua habilitação.

Os exemplos são diversos. Quando o motorista se preocupa com a distância segura, ele tem um tempo maior de resposta e reflexo imediato aos estímulos e, consequentemente, um tempo de frenagem mais ágil, evitando o risco de acidentes. A imprevisibilidade na rodovia pode gerar acidentes envolvendo todo tipo de veículo. Uma das ocorrências mais comuns é a colisão traseira, que ocorre pelo desrespeito ao limite de velocidade, distância segura entre os veículos, distração, entre outros. Para evitar este tipo de acidente a recomendação é acionar o freio assim que avistar qualquer eventualidade. No entanto, o condutor deve frear aos poucos para evitar derrapagens ou uma parada brusca.

Se a prática é importante para motoristas em geral, imagine para profissionais do transporte de carga! Cada modelo de caminhão está apto a carregar certo tipo de frete e cada produto que será transportado deve ter cuidados específicos quando se está em trânsito. Para que o caminhoneiro, o veículo e toda a carga cheguem ao destino em segurança, a direção defensiva diminui expressivamente as possibilidades de algo sair errado.

O Brasil apresenta uma taxa de 23,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, segundo estimativas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O país tem o quarto pior desempenho do continente americano atrás de Belize, República Dominicana e Venezuela – campeã de acidentes na região, com 45,1 mortes por 100 mil habitantes. Entre as principais causas citadas estão a "regulamentação fraca, qualidade inadequada das vias e dos veículos e aumento do numero de carros". 

Em uma transportadora, a cobrança por uma postura defensiva dos motoristas evita que veículos da frota se envolvam em acidentes que podem gerar multas, responsabilização da pessoa jurídica e eventuais indenizações para o acidentado. É de extrema importância que toda as transportadoras conscientizem os profissionais a realizarem cursos preparatórios. O Setcepar oferece constantemente cursos de direção consciente, abordando desde os elementos básico até o papel do motorista na qualidade do trânsito, tipos de colisão, primeiros socorros, entre outros. 

Assim, por meio de atitudes simples é possível agir preventivamente ao volante. 

*Gilberto Cantú é Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná - Setcepar

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