Na crise, executivos voltam para a sala de aula

Publicado em
25 de Maio de 2016
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A crise econômica e a incerteza em relação ao emprego não têm impedido os executivos de investirem na própria qualificação. Ao contrário. As quatro escolas de negócios creditadas com padrão global pela Associação Nacional de MBA (Anamba) - Iese, Katz, FIA e Insper - e que oferecem curso de MBA Executivo no país viram a procura pelo
programa crescer.

O aumento mais expressivo foi sentido pela espanhola Iese, que oferece seu MBA Executivo no Brasil desde 2012. Érica Rolim, diretora do programa, afirma que a procura pela próxima turma, com início em agosto de 2016, já está 46% maior do que no mesmo período do ano passado.

Na americana Joseph Katz Graduate School of Business, da Universidade de Pittsburgh e estabelecida no Brasil desde 1999, a procura pela próxima turma do MBA Executivo aumentou 15% em relação ao ano passado.

"Notamos uma procura maior de executivos que estavam há muitos anos sem sentar em uma cadeira escolar", afirma Karla Alcides, diretora geral dos cursos de MBA Executivo da Universidade de Pittsburgh na América do Sul.

A brasileira Fundação Instituto de Administração (FIA) também notou aumento na procura por seu MBA Executivo Internacional: 12% neste ano em relação ao período anterior. James Wright, diretor do programa, atribui os resultados à maturação do curso, criado em 2009 em sua versão em inglês, e à indicação boca a boca.

O Insper, apesar de não abrir números, confirma que a procura por seu MBA Executivo aumentou. Silvio Laban, coordenador acadêmico dos cursos de MBA da escola, vê duas hipóteses para o aumento na demanda.

De um lado estão os profissionais, que buscam estar melhor preparados.

De outro, as empresas, que incentivam seus melhores funcionários - os que ficaram em um cenário de quadro reduzido - a se aperfeiçoarem.

De forma geral, cursos de MBA Executivo se propõem a ensinar os alunos a terem visão estratégica e pensamento analítico orientado para resultados, além do gerenciamento de riscos e o exercício da liderança. "Para quem quer crescer na carreira, não faz sentido não ter um MBA", afirma o headhunter André Freire, sócio-diretor da consultoria de recrutamento Exec. 

Caio Moreno, 34 anos, sabe disso. Ao terminar a faculdade de engenharia em 2006, ele ingressou em um concorrido programa de trainee. Na empresa, umas das maiores instituições financeiras do país, está até hoje, onde ocupa o cargo de superintendente de planejamento comercial - equivalente, no mercado, ao nível de diretoria. Antes da última promoção, Moreno gerenciava uma equipe de 30 pessoas.

O próximo passo da carreira era grande, já que teria sob sua responsabilidade um grupo de 100 funcionários. "Fui em busca de mecanismos e técnicas para esse momento", diz.

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