Depois de três meses, gaúcho consegue refinanciar caminhão

Publicado em
23 de Novembro de 2015
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Cliente do Banco do Brasil é um dos poucos caminhoneiros que conseguiram o benefício previsto em lei

Nelson Bortolin
Revista Carga Pesada

Depois de pouco mais de três meses, o caminhoneiro gaúcho Fábio José Mendes está respirando aliviado. Na semana passada, o Banco do Brasil informou a ele que o pedido de refinanciamento de seu caminhão, feito em 2 de agosto, foi aprovado. Foram mais de 90 dias de aflição, com ligações e visitas praticamente diárias a agência dele, em Gravataí, para saber se havia alguma novidade.

“É um alívio. Meu serviço caiu 60% e o diesel não para de subir, o frete não acompanha. Está bem complicado”, conta ele, que tem uma microempresa e emprega um outro caminhoneiro no transporte de material de construção. A prestação do seu Mercedes-Benz Atego, ano 2014, é de pouco mais de R$ 3 mil. Com o negócio aprovado, ele deixará de pagar o financiamento por 12 meses. Essas parcelas serão jogadas para o final do contrato, com a mesma taxa de juros, de 6% ao ano, do Finame PSI. “Eu já estava começando a pensar em vender meu carro para poder sobreviver”, conta.
Ele ressalta que só obteve o refinanciamento, previsto na lei federal 13.126 e na circular 26 do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porque não tinha nenhuma prestação em atraso. “Soube de um colega que tinha só duas prestações atrasadas e o banco não aceitou refinanciar”, afirma.

O gaúcho é um dos poucos caminhoneiros que conseguiram se beneficiar da lei publicada pelo governo federal dia 21 de maio deste ano, em resposta à greve da categoria de janeiro e fevereiro. Somente os bancos públicos estão fazendo o refinanciamento, que não é obrigatório. E o benefício só vale até dia 31 de dezembro.
“Estamos pedindo para o governo que esse prazo seja estendido até o fim do primeiro semestre de 2016. Também estamos pressionando a Febraban (federações dos bancos) para que os bancos privados acatem os pedidos de refinanciamento”, conta Miguel Mendes, representante da Associação dos Transportadores de Mato Grosso (ATC) no Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Carga.

O assunto será rediscutido em reunião do Fórum nesta quarta-feira (25) em Brasília. Segundo Mendes, há a possibilidade de o governo aumentar o spread bancário (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito) dos atuais 1,5% para 3% como forma de incentivá-los aderirem ao refinanciamento.

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