Comércio eletrônico: atraso na entrega é realidade em 61% das lojas no Brasil

Publicado em
27 de Julho de 2015
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Uma pesquisa da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) apontou que 61% das lojas virtuais têm como principal problema o atraso nas entregas, seguido por extravios, furtos e roubos mencionado como maior dificuldade por 39% dos entrevistados.

“O preço pago pela falta de planejamento aumenta a cada dia e afeta todos os setores da economia, incluindo o comércio eletrônico. A falta de segurança é um problema nacional e não deixa de impactar também o comércio eletrônico. Essa questão traz ainda aumento de custos na operação, pois há casos de transportadoras que necessitam de escolta para entregar em algumas áreas, além dos custos elevados de seguro”, diz o presidente da ABComm, Maurício Salvador.

O levantamento levou em consideração três pontos da logística: Armazenagem, Transportes e Manuseio. A pesquisa coletou 585 questionários online, entre 10 e 20 de junho de 2013, considerando proprietários de lojas virtuais do varejo e bens de consumo. “A logística foi escolhida para ser o tema do primeiro estudo ABComm por ser de alta relevância para a competitividade das lojas virtuais brasileiras. Considerando um universo de 11 mil lojas virtuais no Brasil, a margem de erro da pesquisa é de 6% com grau de confiança de 95%” salienta o presidente da ABComm.

A pesquisa revelou também que 82% das lojas virtuais entrevistadas têm armazenagem própria. A justificativa dos entrevistados é que umas entre as vantagens estão o custo mais baixo e o maior controle sobre a operação. “Nem sempre é uma verdade. Aumento brusco na curva de vendas em datas sazonais é um dos pontos negativos pela baixa adaptabilidade e menor poder de barganha com transportadoras privadas por volume transportado. Um fator nas empresas que tem armazenagem terceirizada, é que conseguem operar a partir de outros estados, aproveitando incentivos fiscais”, afirma Salvador.

Uma parcela de 13% da amostra declarou ter frota própria para as entregas por oferecer entrega no mesmo dia e produtos especiais/perecíveis (jóias, flores, alimentos, etc) aos seus clientes. No entanto, os Correios ainda têm papel fundamental no transporte de encomendas do comércio eletrônico nacional, pois 81% das lojas virtuais entrevistadas utilizam esse serviço. Mas, 23% das lojas virtuais optam pela contratação de transportadoras de acordo com a região da entrega. “O número é significativo e mostra amadurecimento e preocupação em ter uma estratégia de transportes. Ao criar tabelas de fretes separando transportadoras por região, a loja virtual reduz custos e aumenta a qualidade dos serviços prestados aos seus clientes”, enfatiza.

O frete grátis aparece com força no comércio eletrônico brasileiro e 69% das lojas virtuais entrevistadas oferecem frete grátis. Dois terços disseram que ao oferecer frete grátis, suas vendas aumentam. Por outro lado, 34% disseram que oferecem porque seus concorrentes também oferecem. A rentabilidade das lojas virtuais vem sendo espremida pelos custos cada vez mais elevados em duas pontas: mídia online e frete. Percebendo isso, 55% das lojas virtuais entrevistadas repassam o valor do frete para os consumidores e 30% adotam um modelo híbrido, repassando apenas parte do valor.

“Quando bem planejado, o frete grátis pode ser uma ferramenta bastante útil para aumentar o tíquete médio da loja virtual. Por outro lado, utilizar frete grátis sem ter definidas estratégias de preços e transportes, é como ativar uma bomba relógio.”, ressalta o presidente da ABComm. Quando perguntados sobre a partir de qual valor oferecem frete grátis, 19% dos entrevistados disseram que oferecem a partir de qualquer valor, ou seja, para todas as compras no site. 40% disseram que oferecem frete grátis para pedidos na faixa de 100 a 300 Reais.

A ABComm reúne representantes de lojas virtuais e prestadores de serviços nas áreas de tecnologia da informação, mídia e meios de pagamento, atuando frente às instituições governamentais, em prol da evolução do setor. Atualmente a entidade sem fins lucrativos conta com mais de dois mil associados.

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