Segundo presidente do Sindicato das Empresas de Carga do Ceará, Clóvis Nogueira, o percentual será analisado hoje com representantes do setor
Os fretes devem subir até 17% no País. O impacto é oriundo do repasse do aumento do diesel (R$ 0,15) e a sanção do Projeto de Lei nº 4.246/2012, conhecido como Lei dos Motoristas, que dispõe da jornada de trabalho dos motoristas.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Ceará (Setcar-CE), Clóvis Nogueira, hoje haverá uma reunião com empresas de logística do País, em Salvador, para calcular o impacto real na cadeia transportadora.
“Discutiremos problemas da cadeia logística e o que mais vai onerar na ponta por meio da apresentação de dados técnicos. O reajuste pode ficar entre 12% e 17%. O consumidor terá de pagar essa diferença”, informou.
Clóvis também destaca que as empresas transportadoras não possuem pontos de apoio nas rodovias. Fica a critério da iniciativa privada construir as bases para ofertar condições de descanso aos caminhoneiros e manutenção da carga em viagens.
A Lei dos Caminhoneiros flexibiliza o descanso para motoristas, estabelece regras para o exercício da profissão e assegura a isenção de pedágio para quem estiver com o caminhão vazio, desde que os eixos de rolamento do veículo estejam suspensos.
O projeto, aprovado na Câmara no ano passado, foi alterado no Senado para a inclusão de emendas.
Indústria e comércio
Enquanto não há definição do percentual real de encarecimento do frete no País, o economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, destaca que o setor industrial será o principal penalizado pelo aumento.
“Os custos logísticos estrangulam a competitividade dos produtos. Por exemplo, a compra de matérias-primas ficará mais onerosa. Some isso a outros reajustes e teremos a indústria pressionada neste ano”, afirma.
Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Luiz Gastão, acredita que o repasse do aumento dos fretes nas mercadorias ficará a cargo de cada setor.
“Há uma diversidade de produtos. Temos de calcular setorialmente isso. É difícil mensurar o impacto que isso terá para o comércio. Para o consumidor, por exemplo, dependerá do tipo de produto e uma série de outras variáveis”, explicou.