Preço do frete deve subir em até 17% e onerar produtos

Publicado em
27 de Fevereiro de 2015
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Segundo presidente do Sindicato das Empresas de Carga do Ceará, Clóvis Nogueira, o percentual será analisado hoje com representantes do setor

Os fretes devem subir até 17% no País. O impacto é oriundo do repasse do aumento do diesel (R$ 0,15) e a sanção do Projeto de Lei nº 4.246/2012, conhecido como Lei dos Motoristas, que dispõe da jornada de trabalho dos motoristas.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Ceará (Setcar-CE), Clóvis Nogueira, hoje haverá uma reunião com empresas de logística do País, em Salvador, para calcular o impacto real na cadeia transportadora.

“Discutiremos problemas da cadeia logística e o que mais vai onerar na ponta por meio da apresentação de dados técnicos. O reajuste pode ficar entre 12% e 17%. O consumidor terá de pagar essa diferença”, informou.

Clóvis também destaca que as empresas transportadoras não possuem pontos de apoio nas rodovias. Fica a critério da iniciativa privada construir as bases para ofertar condições de descanso aos caminhoneiros e manutenção da carga em viagens.

A Lei dos Caminhoneiros flexibiliza o descanso para motoristas, estabelece regras para o exercício da profissão e assegura a isenção de pedágio para quem estiver com o caminhão vazio, desde que os eixos de rolamento do veículo estejam suspensos.

O projeto, aprovado na Câmara no ano passado, foi alterado no Senado para a inclusão de emendas.

Indústria e comércio

Enquanto não há definição do percentual real de encarecimento do frete no País, o economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, destaca que o setor industrial será o principal penalizado pelo aumento.

“Os custos logísticos estrangulam a competitividade dos produtos. Por exemplo, a compra de matérias-primas ficará mais onerosa. Some isso a outros reajustes e teremos a indústria pressionada neste ano”, afirma.


Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Luiz Gastão, acredita que o repasse do aumento dos fretes nas mercadorias ficará a cargo de cada setor.


“Há uma diversidade de produtos. Temos de calcular setorialmente isso. É difícil mensurar o impacto que isso terá para o comércio. Para o consumidor, por exemplo, dependerá do tipo de produto e uma série de outras variáveis”, explicou.

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