Artigo: "Drogas e álcool: como as empresas devem lidar com o problema?"*

Publicado em
23 de Julho de 2014
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O Brasil perde US$ 19 bilhões por ano em absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas pelo uso de álcool e outras drogas, de acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT). Os números são alarmantes e, por conta disso, empresas estão adotando o uso de testes toxicológicos dentro de programas de saúde e bem estar dos colaboradores.

Porém, de acordo com Cristina Pisaneschi, diretora da Chromatox, primeiro e única laboratório brasileiro creditado pelo Inmetro, para que um programa tenha sucesso e seja eficaz dentro de uma empresa, ele deve ser implementado sob o angulo de promoção da saúde. "Ele deve abordar o tratamento que será feito nos funcionários que apresentarem um resultado positivo, que pode ser desde ambulatorial até internação. Os resultados devem ser tratados com sigilo e profissionalismo para que não haja nenhum constrangimento ou retaliação ao funcionário", diz.

"Existem estudos em todo o mundo que mostram a queda do número de acidentes de trabalho e do absenteísmo após a implantação desses programas. Dependendo da droga, dose e do momento em que é utilizada, ela afeta as funções requeridas para o ato de dirigir, por exemplo, o que pode ser um risco para um motorista e para outras pessoas", enfatiza Cristina.

Sobre a utilização medicinal da maconha, Cristina explica que a pessoa que faz uso terapêutico dos canabinóides deve ter uma indicação médica que comprove a prescrição, pois nos testes não é possível diferenciar qual é o tipo de finalidade da droga. "Nestes casos, o funcionário deverá apresentar a indicação ao médico da empresa, assim como ocorre com outros medicamentos, como a codeína", destaca.

Ponto de vista legal

De acordo com o advogado Orlando Zara, os exames toxicológicos devem ser realizados sempre de forma voluntária e com expressa autorização por escrito do empregado. " Por outro lado, existem segmentos, como a aviação, que usualmente faz os exames no âmbito internacional, inclusive no Brasil, sem qualquer polêmica. Isso porque a profissão envolve riscos e porque há muito rigor no cuidado com a saúde dos profissionais".

Zara explica ainda que, em caso de processo seletivo, a autorização deve ser requerida logo que o candidato preenche a ficha de entrevista. "Em caso de contratação, a empresa ainda pode solicitar ao candidato que informe se concorda com a realização de exames periódicos desta natureza futuramente. Também pode incluir a cláusula em contrato de trabalho", orienta.

* Artigo escrito por Cristina Pisaneschi Azevedo - Diretora Comercial da ChromaTox e Orlando Zara - Sócio na Zara Advocacia (www.zaraadvocacia.com.br). 

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