Pesquisa inédita aponta limite de velocidade menor do que o recomendado para Curva da Santa

Publicado em
08 de Julho de 2016
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Setcepar orienta motoristas a realizarem o trajeto a 40 km/h

Uma pesquisa inédita divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar) mostra uma relação direta entre o alto número de acidentes na Curva da Santa - localizada no km 668 da rodovia BR-376, na Serra do Mar - e a velocidade dos veículos no início da descida da serra e não somente na curva. Segundo os dados, a serra apresenta mais oito raios de curvas acentuadas antes da própria Curva da Santa, inclusive até mais fechadas. Para contorná-las e manter o veículo dentro do limite de velocidade - atualmente estipulado em 60 km/h - o motorista precisa usar os sistemas de freio diversas vezes, tanto do motor quanto de serviço. O resultado é o aumento da temperatura: quanto mais o motorista usa os freios nas curvas, mais a temperatura sobe, provocando redução da eficiência de frenagem. Este fenômeno provoca a vitrificação das lonas de freio. A consequência direta é a perda total da capacidade de reduzir a velocidade ou parar o veículo. Uma das soluções, segundo a pesquisa, seria iniciar e finalizar o trajeto em 40 km/h. A pesquisa foi realizada pela TRS Engenharia e comandada pelos engenheiros Rubem Melo e Paulo Gottlieb.

"A diferença de tempo para percorrer este trecho de 2,6 km seria de aproximadamente um minuto a mais”, explica Gilberto Cantú, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar). Para Cantú, utilizar freio motor e marcha reduzida ajudam a diminuir o número de acidentes graves no local, além de reduzir a velocidade máxima de 60 km/h para 40 km/h. "O declive acentuado e a existência de oito curvas antes da Curva da Santa são fatores determinantes para os caminhões chegarem nesse ponto com os freios superaquecidos. Mesmo passando pela Curva da Santa em seu limite de velocidade, o risco de tombamento cresce, especialmente de veículos mais pesados, como caminhões. Utilizar freio motor e marcha adequada, diminuir o limite de velocidade, bem como manter os veículos revisados e em boas condições de manutenção contribuem para garantir uma viagem segura", diz.

"Alguns quilômetros adiante da Curva da Santa foi instalada uma área de escape com caixa de desaceleração justamente para receber veículos com freios superaquecidos, mas próximo ao ponto mais perigoso não existe essa estrutura", alerta Cantú.

Estudos realizados em outros países apontam que a velocidade inicial de trechos em descidas com curvas fechadas deve ser definida com base no peso e combinações de veículos e sua capacidade de frenagem. Assim, os 60 km/h como limite para veículos mais pesados seriam um risco. Nos últimos seis anos, 13 pessoas morreram e 150 ficaram feridas (44, com gravidade) em ocorrências no trecho.

Em março, um estudo da Polícia Rodoviária Federa (PRF) apontou que mais de 90% dos desastres (221) foram causados por abusos cometidos pelos motoristas, como excesso de velocidade ou por falta de manutenção nos veículos.

Sobre o Setcepar - Criado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) representa 5.000 empresas de transporte de cargas em 265 cidades do estado. O Setcepar oferece aos associados diversos serviços e eventos, para debater e fomentar melhorias no setor, e no relacionamento das empresas entre si e com demais setores da sociedade.

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