Dono de carreta que causou tragédia na BR-101 é preso no ES, diz polícia

Publicado em
26 de Junho de 2017
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a carreta transportava uma carga além da permitida e estava com pneu careca. Vinte e duas pessoas morreram no acidente.


 
Jacymar Pretti, de 63 anos, um dos donos da Jamarle Transportes  (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)Jacymar Pretti, de 63 anos, um dos donos da Jamarle Transportes  (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)

Jacymar Pretti, de 63 anos, um dos donos da Jamarle Transportes (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)

Jacymar Pretti, de 63 anos, um dos donos da Jamarle Transportes, empresa responsável pela carreta que causou o acidente que deixou 22 mortos na BR-101, em Guarapari, foi preso em flagrante. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), na tarde desta sexta-feira (23).

Jacymar foi autuado por homicídio doloso e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Viana (CDP). Ele vai passar por uma audiência de custódia na tarde deste sábado (24).

O irmão dele, que também é dono da empresa, também poderá responder pelo mesmo crime, segundo a Polícia Civil.

A tragédia na BR-101, em Guarapari, aconteceu após a colisão entre a carreta, um ônibus de viagem e duas ambulâncias, no início da manhã desta quinta-feira (22). Vinte e duas pessoas morreram e outras 21 ficaram feridas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a carreta transportava uma carga além da permitida e estava com pneu careca. O governo do estado decretou luto de três dias. Esta foi a pior tragédia em rodovias da história no Espírito Santo.

De acordo com o delegado Alberto Roque Perez, a investigação aponta para uma forte negligência por parte dos donos da empresa.

"O veículo estava em condições inadequadas para rodagens. Há indícios muito fortes de que a pedra que estava sendo carregada era 10 toneladas acima do peso permitido, o horário que estava sendo levado era na madrugada para evitar fiscalização", explicou.

Em depoimento, a viúva do motorista da carreta contou à polícia que o marido trabalhava em situação de risco.

"Ela nos confidenciou em depoimento que isso é uma conduta reiterada por parte da empresa, que já ocorreram outros acidentes por esse motivo e que o próprio motorista estava preocupado na noite de quarta-feira, quando saiu de sua residência, com as condições do veículo. Além disso, ela nos passou que, possivelmente, devido ao excesso de que trabalho a que ele estava sendo exposto, ele teria feito o uso de arrebite. A perícia coletou material e vai fornecer os resultados na semana que vem", disse o delegado.

Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo desta sexta, o chefe da Polícia Civil, Guilherme Daré adiantou que o dono da carreta e o motorista poderiam ser responsabilizados pelo acidente.

“Pelo que superintendente da Polícia Rodoviária Federal já adiantou que eles conseguiram colher no local sobre as condições do veículo, sim ele é responsável por tudo que ocorreu. A gente vai apurar se houve negligência, imperícia e imprudência por parte do motorista e do proprietário do caminhão. Ele (o dono) tinha responsabilidade de verificar se o veículo tinha condições de trafegar, se estava com a documentação em dia, o velocímetro aferido pelo Inmetro, ver todas as condições necessárias para que o veículo tinha condições de trafegar, se estava com a documentação em dia”, afirmou Daré.

 (Foto: Arte/ G1)

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