O que você deve saber da relação Brasil - EUA

Publicado em
24 de Janeiro de 2017
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Amcham lista 16 fatos e dados de uma relação positiva com perspectivas de crescimento

Depois da oficialização de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, muitas especulações ainda circundam o novo governo, mas, no que tange a relação bilateral Brasil-EUA, as expectativas são de manutenção de uma relação positiva com perspectivas de crescimento. É o afirma Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil.

Sem déficit comercial com os EUA, as empresas implantadas no país são exportadoras, e o Brasil receptor de um estoque importante de investimento americano. Com mais de US$ 116 bilhões em investimento americano, a CEO destaca que as subsidiárias brasileiras exportam, a partir dos EUA, cerca de US$ 5,6 bilhões em produtos e serviços para outros países.

A balança comercial brasileira em 2016 foi neutra e não gerou nenhuma externalidade negativa que pudesse abalar a continuidade das relações. “Em 2016, nós exportamos para os EUA 23 bilhões de dólares e importamos 23 bilhões de dólares. Então, foi uma relação comercial neutra e não gerou para nenhum dos países déficit comercial nessa relação bilateral”.

A CEO destaca que pontos da agenda bilateral Brasil-EUA devem ser trabalhados, como o alinhamento da regulamentação dos dois países com o intuito de facilitar o comércio exterior. “Há várias discussões sobre coerência e convergência regulatória que são processos que aproximam nossas legislações e que no final nos ajudam a fazer mais comércio com os EUA”.

Do lado brasileiro, Vieitas acredita em alguns impactos, entre eles do lado econômico, podendo suscitar a necessidade de um aumento de juros nos EUA para conter a inflação, “o que levará a um aumento de custos de financiamentos em moeda estrangeira para o Brasil”. Por outro lado, um dólar mais forte, significa um real mais desvalorizado, diz, o que aumenta a competitividade das nossas exportações. “O ritmo de crescimento da economia americana poderá inclusive ter impacto no crescimento dos preços de commodities, o que para nós de qualquer forma é positivo”, completa.

Além da agenda de convergência e coerência regulatória, um estudo produzido pela Amcham, em parceria com o Centro de Comércio Exterior da FGV, indica que um o acordo bilateral entre as nações geraria um crescimento nas exportações brasileiras da ordem de quase 7% e um salto de cerca de 1,3% do PIB. De acordo com Vieitas, em um espaço de 15 anos, e do lado americano, existem também significativas vantagens econômicas se levarmos adiante a discussão de um acordo comercial bilateral.

“Eu acredito que a prioridade será dada ao desenvolvimento de acordos comerciais bilaterais mais do que a mega acordos comerciais como o TPP (Tratado Transpacífico) desenhado pelo Governo Obama”. Nesse sentido, ela salienta que o Brasil está num contexto muito positivo, pois não tem nenhum tipo de desgaste no que tange à política. Do lado econômico e comercial, ela aponta uma relação equilibrada e uma importância grande para empresas americanas aqui instaladas, ressaltando um volume de investimentos significativo.

16 Fatos e dados da relação Brasil-EUA, segundo Amcham Brasil:

• O Brasil passou por um processo recente de mudança de Governo. Os EUA passam a ter um novo Governo em 20/01 . É um momento propício para retomada de assuntos importantes para as relações políticas e econômicas entre os dois países

• O Brasil é um parceiro histórico dos EUA e sempre foram aliados na configuração da geopolítica mundial

• As relações econômicas, comerciais e empresariais sempre evoluíram independente de questões de conjuntura política

• A parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos deve ser entendida como um “jogo” de soma positiva para ambos os lados. Os dados de fluxos de investimentos diretos, a importância e qualidade da pauta comercial e, a perspectiva de indicadores positivos para os dois países em potenciais acordos, exemplificam isso

• De acordo com dados do Banco Central, os Estados Unidos continuam a ser o país com maior volume de Investimento Externo Direto (IED) no Brasil, com estoque no valor de US$ 116 bilhões, até 2013 (último dado disponível)

• Em 2014, o BACEN estimou que teriam ingressado no Brasil aproximadamente US$ 8,5 bilhões de IED provenientes dos EUA

• O Brasil é o maior destino de investimentos dos EUA na América do Sul

• As subsidiárias de empresas brasileiras exportam, a partir dos EUA, cerca de US$ 5,6 bilhões em produtos e serviços para outros países

• Mais de 7 mil empresas brasileiras exportam produtos e serviços para os EUA (Fonte: SECEX)

• Principais itens da pauta de exportações do Brasil para os EUA em 2016 (por ordem decrescente de valores): Máquinas mecânicas; Aviões; Ferro e Aço; Combustíveis; e Café

• O Brasil ocupa a 17ª posição mundial no ranking geral de importações dos EUA, com US$ 28 bilhões, representando 1,2% do total

• O fluxo de investimentos diretos dos EUA no Brasil cresceram a uma taxa anual média de 7,67% entre 2010 e 2016 (até nov)

• O fluxo de investimentos diretos do Brasil nos EUA cresceu a uma taxa média anual de 6,5% entre 2010 e 2016 (até nov)

• O crescimento dos ativos brasileiros nos Estados Unidos foi de 221% entre 2007 e 2012

• Os ativos norte-americanos no Brasil tiveram um crescimento de 37%, atingindo US$ 283 bilhões em 2012

• Destaque para o fato de que o valor investido pelos Estados Unidos no Brasil representa 53% do total de ativos do país na América do Sul em 2012

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