Setcepar e transportadoras discutem ações contra roubo de combustíveis no Paraná

Publicado em
06 de Junho de 2016
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Empresas reúnem informações para orientar a Delegacia de Furtos e Roubos de Carga

Embora sem estatística oficial, o aumento do roubo de combustíveis em Curitiba e Região Metropolitana vêm alarmando os empresários do setor de transporte de cargas. Por isso, na última semana, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar) reuniu um grupo de transportadores para discutir ações de combate ao crime. A reunião também contou com a presença do titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas de Curitiba, Rafael Ferreira Vianna, do presidente do Sindicato de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis), Rui Cichella, e de alguns transportadores de Santa Catarina e de São Paulo, estados para onde as cargas roubadas costumam ser levadas.

Segundo Cichella, o roubo de combustível havia diminuído há alguns anos, mas atualmente as transportadoras sentem um expressivo aumento. "Os roubos estão ficando cada vez mais violentos. Os bandidos estão se especializando. Eles desligam o rastreador por satélite dos veículos em menos de 3 minutos, de forma remota. É necessário um trabalho de inteligência da polícia, das transportadoras e dos próprios motoristas", defende. Ainda segundo Cichella, os roubos mais frequentes no Paraná ocorrem em um raio de 100 km do município de Araucária, onde ficam as distribuidoras e a Refinaria Getúlio Vargas. “Depois de roubarem as cargas no Paraná, os bandidos desovam em Santa Catarina e São Paulo”, diz.

Segundo os representantes das transportadoras, os criminosos ficam de olho no caminhão já no pátio do pool de distribuidoras, para garantir que não terão problema na abordagem. Os motoristas são rendidos em semáforos ou em pontos onde não possam reagir. Um integrante da quadrilha assume a direção do caminhão e abandona o motorista em algum ponto distante e sem possibilidade de comunicação. Depois disso, os bandidos repassam a carga para comparsas e abandonam o caminhão vazio em algum lugar.

Além disso, as transportadoras reclamam sobre a dificuldade em verificar a procedência dos combustíveis comercializados nos postos. Atualmente, a única empresa que utiliza um sistema de segurança eficaz é a petrolífera Shell. Como uma espécie de DNA, a Shell criou uma fórmula com substâncias exclusivas, desenvolvidas com tecnologia de ponta, que reconhecem se o combustível comercializado é o da empresa ou se está adulterado: a primeira delas só pode ser detectada em laboratórios apropriados, através de um processo conhecido como "cromatografia a gás". O segundo componente somente pode ser detectado por equipamentos de leitura óptica presentes nos Laboratórios Móveis da Shell.

Segundo último estudo divulgado pelo Setcepar, uma empresa de transporte que realiza rotas entre São Paulo e Curitiba pode ter prejuízos anuais de até R$ 11.400,00 por caminhão, apenas com ocorrências de furto de combustíveis.

Para o assessor de segurança do Setcepar, José Carlos de Oliveira, a Delegacia de Roubo de Cargas é extremamente importante, mas falta estrutura para o trabalho. “Faltam policial, armamento e condições básicas para fazermos um trabalho tão importante como lutar contra o roubo de combustíveis e cargas.”

O delegado Rafael Vianna observa que é importante que as transportadoras avisem a delegacia assim que tiverem qualquer suspeita. "Nós devemos ser avisados, por exemplo, assim que o sinal do rastreador sumir. Não é necessário esperar o sinal do aparelho voltar ou entender o que está acontecendo. Assim que as empresas identificarem que o sinal desapareceu, basta acionar a delegacia, 24 horas por dia", explica.

Ainda para Vianna, é necessário um levantamento detalhado de todas as transportadoras para que a delegacia desenhe uma operação. "Vamos identificar os possíveis receptadores desses roubos e eventuais cativeiros, além de realizar entrevistas detalhadas com os motoristas para identificar funcionários que entregam a carga por meio de acordo com bandidos, algo bastante comum”, declara.

Todas as transportadoras vão enviar ao Setcepar dados sobre roubo de carga em diferentes regiões do Paraná, que serão repassados à Delegacia de Furtos e Roubos de Carga. Uma nova reunião será marcada para discutir as estratégias de ação, com a presença do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Adriano Marcos Furtado.

A delegacia conta com plantão 24 Horas. O telefone é (41) 3343-1639.

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