Pesquisas internacionais comprovam a eficácia dos simuladores de direção veicular

Publicado em
06 de Maio de 2016
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Uma das mais conceituadas universidades do mundo, a de Iowa, nos Estados Unidos, conta com o centro de desenvolvimento National Advanced Driving Simulator (NADS), órgão parceiro do Departamento de Transportes dos EUA e que há 25 anos utiliza simuladores de direção para conduzir estudos e pesquisas.

Omar Ahmad, diretor de operações do NADS, com mais de 19 anos de experiência em simulação de direção, define os aparelhos como ferramentas de alta precisão que recriam a experiência de dirigir.

Sobre a importância da utilização dos simuladores no processo de formação de condutores, Omar explica que a ferramenta coloca pessoas em um ambiente seguro e controlado. Segundo ele, o objetivo deste tipo de tecnologia é “reduzir os acidentes por meio de uma melhor compreensão do trânsito e dos fatores humanos na condução veicular”.

Estudos e pesquisas
Desde 2007, o NADS realiza pesquisas que comprovam a eficácia de simuladores de direção. Entre os resultados apresentados, a redução de até 50% no número de ocorrências envolvendo jovens no trânsito é um destaque. “Os estudos comprovam que os aparelhos melhoraram o processo de formação de novos motoristas”, explica Omar.

Segundo pesquisas do NADS, jovens condutores envolvem-se em acidentes cerca de quatro a cinco vezes mais do que os motoristas experientes. Eles são, também, mais propensos às violações de regras de trânsito, como excesso de velocidade. O órgão atribui esse comportamento à falta de maturidade e de experiência.

Nos simuladores, é possível sujeitar os futuros motoristas a situações adversas, perigosas e complexas, que os farão pensar e compreender, de modo correto, como agir diante delas.

No mundo
Além dos EUA, diversos outros países do mundo contam com estudos e pesquisas que comprovam a eficácia dos simuladores de direção, conforme lista abaixo:

O Japão utiliza simuladores para formar seus motociclistas dede 1996. A medida resultou em uma significativa queda no número de acidentes, principalmente nos dois primeiros anos de habilitação. O país reduziu em 50% os índices de acidentes em suas diferentes categorias de motociclistas habilitados. Graças aos resultados, em 2007 o país estendeu a utilização à formação de motoristas;
Em países como Tailândia, China e França, os simuladores são permitidos para cumprimento de parte da carga horária. Os aparelhos vêm sendo amplamente utilizados pelas autoescolas e são considerados um importante aliado para melhoria do processo de formação;

A Holanda tem o total apoio das autoescolas para o uso do simulador de direção na formação de condutores. A categoria divulga amplamente os benefícios e identifica redução no índice de reprovação e melhora significativa no nível de habilidade do condutor;
Há também o uso regulamentado de simuladores de direção veicular e anotação de resultados em países como República Tcheca, Irlanda, Lituânia, Romênia, Rússia e Eslováquia.

Brasil
Em visita recente ao Brasil, Omar Ahmad avaliou a estrutura dos equipamentos e o conteúdo pedagógico determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “Sinto-me confiante afirmando que os simuladores do Brasil atendem aos requisitos e características necessários para o alcance de resultados positivos para os alunos que desejam obter a carteira de habilitação”.

Por fim, Omar comenta a importância dos instrutores de direção nesse processo. “O olhar do instrutor é fundamental para ajudar o condutor a amadurecer, afinal, os simuladores não são substitutos da experiência real, mas permitem vivenciar situações perigosas com alto grau de realidade”, finaliza.

Desde 1º de janeiro de 2016, os candidatos à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devem ter 5 horas/aula realizadas em simuladores de direção veicular, conforme determina a Resolução nº 543/2015, do Contran.

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